
Não é surpresa para ninguém que mora no Rio de Janeiro que vivemos em meio a um mar de desordem pública de toda sorte e naipe: temos carros avançando sinais toda hora, carros entrando sem dar seta, motos transitando entre carros, policiais dirigindo com armas pra fora, policiais vendendo droga, policiais acharcando infratores, policiais donos de prostíbulos, policiais donos de linhas de van, policiais donos de clínicas de aborto, camelôs, mendigos, prostitutas, porta-entulhos, buracos, gatos na rede elétrica, netcat, milícias, cheiro de urina, tapumes e por aí vai...
Nada de novo no nosso cotidiano urbano, paranóico e delirante. Depois de passar a minha infância e adolescência nos EUA (que também não é nenhum paraíso) e voltar a morar no Rio (cidade que amo de paixão), nada me chocou mais e ainda me choca até hoje do que ver carro estacionado em cima da calçada.
Notem que não estou falando de duas rodas na calçada (como o pessoal da Barra adora fazer) ou parado em calçadas que já são por sua natureza e pela falta de conservação intransitáveis (como a Visconde de Albuquerque no Leblon). Estou falando da calçada limpa, bonita e destinada para que jovens mães possam empurrar os seus carrinhos de bebê ou aquelas poucas da cidade em que idosos e cadeirantes podem circular sem obstáculos.
Para mim nada personifica mais o espírito de porco que assola nossa cidade do que quando um elemento se julga no pleno direito de estacionar o seu carro com as 4 rodas e, de preferência, de maneira centralizada, em cima de uma calçada.
A foto acima mostra a atitude da motorista do Peugeot LKD 7942 que na noite de 26.07.2008 achou por bem estacionar o seu carro não só em cima da calçada, no espaço reservado para circulação de pedestres, mas para incrementar a falta de respeito ao próximo porque não também bloqueando a rampa de acesso a cadeirantes em um banco 24 horas na Olegário Maciel na Barra.
Quando eu era mais jovem costuma, nessas situações, subir no capô do carro e passar por cima amassando toda a lataria como se o obstáculo não existisse. Como já estou velho demais para isso e a cidade violenta demais para entender o espírito da minha atitude, crio agora este Blog para que você que também se entristece ao ver uma cena dessas possa me ajudar a denunciar ao nosso Prefeito, Secretário de Ordem Pública, comandantes das PM, GMs e autoridades em geral esse retrato do desrespeito com o próximo. Participe! Mande suas fotos e denúncias para aqlisboaa@gmail.com que terei prazer em publicar.